Fome . [Do lat. fame .] S.
f. 1. Grande apetite; urgência de alimento. 2. Subalimentação (1). 3. Falta do
necessário; penúria, miséria. 4. Situação de míngua ou escassez de víveres: a
fome assolou a região. 5. Fig. Avidez, sofreguidão. Fome canina.
Sede (ê). [Do lat. site .]
S. f. 1. Sensação experimentada na boca e na garganta e acompanhada de desejo
imperioso de ingerir líquido; secura: "Dar de comer a quem tem fome, /
Dar de beber a quem tem sede ...." (Antônio Nobre, Só, p. 43) 2. Fig.
Desejo veemente; cobiça, avidez: sede de ouro; sede de sangue 3. Pop. Desejo de
vingança. 4. Fig. Impaciência, ânsia, aflição. 5. Falta de umidade; secura.
Quando estava casada, eu estava
me sentindo incompleta. Parecia que faltava alguma coisa e eu, apesar de ter um
marido que “não me batia nem, me traía” (únicos motivos justos pra uma mulher
poder se separar, segundo a sociedade), apesar de termos uma filha linda, um
pequeno apartamento quitado e um carro popular financiado, eu não estava feliz.
Chorava toda a semana, e era consolada pelo próprio. Eu não me conformava com a
nossa convivência, com tantas falhas de comunicação, eu pedia tantas vezes para
ele mudar e ele dizia que sim, mas não mudava e na verdade como nem tinha
prestado atenção, não me dizia o que eu precisava mudar também.
A gente escolhe um caminho e não
tem como saber como seria o outro, mas acho que pra quem está na dúvida sobre a
separação, por falta de comunicação, vale a pena a terapia de casal, mas eu só
acho, tá? Não tenho como saber se no meu caso daria certo.
Eu o achava acomodado, sempre me
exigindo demais, profissionalmente (você é competente, inteligente, então você
vai resolver nossos problemas financeiros), esteticamente (ou eu estava gorda,
ou estava com o cabelo feio, ou tinha chulé, ou não me vestia bem) e
psicologicamente (não dava atenção a nossa filha, não cumpria com as minhas
“obrigações matrimoniais” a contento, sempre cansada... – também, sendo a única
a trabalhar na casa, só tinha que estar exausta)
Aí eu me livrei disso tudo, agora
posso trabalhar onde eu queira, estudar mais se eu quiser, engordar o quanto o
espelho possa suportar, me portar como achar melhor e educá-la da melhor
maneira que eu acredite ser. Mas ainda falta alguma coisa.
Claro que apesar de ter
conquistado o cargo que eu tanto queria, ainda não consegui um carro, não
consegui comprar uma casa ou apartamento legal, ou bom colchão ainda. Mas e
quando eu conseguir?
Entrava no nas redes sociais pela
manhã até a noite e deixava lá conectado a espera de atenção. Mas nada. Quem eu
estava esperando? O que eu estava esperando? E as situações que aconteciam
enquanto eu estava esperando, não devia ser o suficiente?
Ando com uma fome avassaladora,
felizmente comendo muita fruta, se não o painel da balança estaria assustador,
mas qual o motivo? Aqui faz um calor absurdo, o que deveria na verdade tirar a
fome, mas acho que a ansiedade de esperar “um não sei quê ou quem” me faz
querer me encher. Como diz aquele programa dos ACUMULADORES do H&H: de que
tamanho é o vazio que as pessoas tentam preencher com coisas?
E sede? pela pele, pela boca, pelos olhos. Pelo menos o umidificador/ionizador eu já conquistei.
Eu tenho fome de quê? Eu tenho
sede de quê?
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