sexta-feira, 16 de março de 2012

O Mercado Está Fraco - Processe a Fada Madrinha!

Relato de/sobre uma apaixonada na época que estava tudo “cor de rosa”no romance:

(A terapeuta está em lua de mel do seu segundo casamento. Depois de apenas alguns meses de namoro."Eu acredito no amor", afirma. 

Ela se depara, cada vez mais, com adultos incapazes de manter um relaciomento afetivo satisfatório. Seja na rádio ou no consultório, o que ela mais ouve são queixas de que "o mercado está fraco". "O mercado está ótimo. O problema é a labilidade (instabilidade) das relações", garante.

Para ela, homens e mulheres vem descartando potenciais parceiros por conta de detalhes insignificantes - quando se deveria priorizar valores mais essenciais. É o que ela chama de "teoria da calça", criada a partir de uma experiência pessoal.

"Quando era adolescente, fui ao cinema com um estudante de engenharia por quem eu era apaixonada. O rapaz usava uma calçahorrível, e aquilo me incomodou tanto que nunca mais quis sair com ele", conta. "Descartei uma pessoa sem me tocar de que poderia ter valores importantes para mim".

A maioria das mulheres busca um provedor, enquanto os homens estão mais preocupados com a beleza física. "As pessoas precisam parar de fazer projeções. E enxergar que o gordinho do seu lado é um cara legal, que aquele pobrinho que trabalha com você também é uma graça", recomenda.

Aliás, a própria se diz um exemplo do que prega. Casou-se com um gordinho e virou empresária da BANDA de rock da qual ele era vocalista e batalhou para fazê-la crescer nacionalmente. "É muito difícil encontrar um homem rico e bom. Como tive a sorte de achar um bom, vou fazer ele ficar rico")

Bom, e o q foi q aconteceu com ela? Assinou o divórcio com o carinha ano passado. Ele desistiu do rock e foi pro  sertanejo. E a Banda? Deve ter crescido sim, pq até eu já ouvi falar. Achou que ia acabar em: E FORAM FELIZES PARA SEMPRE? Não, mas que seja infinito enquanto dure e não eterno posto que é chama, diria Vinícius de Moraes.

“Sim, podemos processar a fada madrinha”, é o que afirma outra psicóloga, Odegine Graça, idealizadora do Clube da Autoestima da Mulher, recentemente lançado em Curitiba e que está levando reuniões para todo o Paraná e já esteve em Campo Largo. “Ao nos conhecermos, desmistificamos verdades mágicas, inscritas em nossas vidas pela varinha da fada madrinha. Desfazemos enganos, e refazemos nosso caminho. Dessa vez não mais pelo mágico, mas sim pela escolha pessoal. Decidimos trilhar nossa estrada, enfrentando nossas frustrações e aproveitando nossas felicidades, sem príncipes e sem carruagens que inevitavelmente se transformariam em abóboras. 
Trabalhamos e compramos nossa própria carruagem e escolhemos sapatos confortáveis, que não sejam de cristal. E tomamos de volta por meio da justiça de nosso juízo perfeito aquilo que nos tiraram com tantas ilusões”. Essa é a forma que encontramos para processar e tirar de vez da nossa vida, aquela que nos contos infantis é a boazinha da fada madrinha, mas que na realidade acaba se transformando na malvada de muitos adultos, especialmente das mulheres.


De acordo com Odegine, muitas mulheres, “a maioria delas - ATÉ MESMO AS EXPERIENTES PSICÓLOGAS”, escolhem contos de fadas, histórias e mitos para viver e repetir em seus relacionamentos amorosos. Histórias essas de muito sofrimento e reparação. “Os mitos e contos infantis direcionados ao feminino são altamente punitivos, restritivos e colocam a mulher no papel da má, daquela que fez algo errado e merece o sofrimento que está passando. Embora ela não saiba o que fez é culpada, isto leva muitas a sofrer de uma coisa que venho chamando de Síndrome do não Merecimento”, comenta a psicóloga Odegine.

Segundo ela, são inúmeros os perfis desenvolvidos pelas mulheres através da influencias dos contos de fadas. E da até para fazer uma comparação da personalidade de cada uma, com as belas dos principais desenhos infantis. http://blooming.plex.com.br/2010/11/10/podemos-processar-a-fada-madrinha/

A Bela encarna a salvadora. “É o perfil da mulher maltratada. Encontra uma Fera na vida, que pode ser um marido alcoólatra, um namorado viciado, ou mesmo um companheiro violento, OU O CARINHA ACOMODADO-DERROTADO PROFISSIONALMENTE, não importa o que ele faça OU SEJA de ruim, ela se entrega, perdoa e acredita que aquela fera não é o lado real do seu companheiro. Ela pensa que ele na verdade é um príncipe, que vai surgir maravilhosamente daquele corpo de fera enfeitiçado. Acredita que com certeza seu amor o libertará. Esse é o perfil da mulher vitimizada pela sua própria consciência enganosa, uma espécie de complexo de superpotência toma conta dessas mulheres e elas acreditam que podem mais que o próprio companheiro que decidiu ser fera. Elas doam sua juventude, sua vida de maneira literal, para provar que essas feras são príncipes e que elas são as salvadoras, e que com o amor delas, eles se libertarão.”



O cara que eu casei não era feio, não era violento, o “defeito” dele, as pessoas poderiam achar - era ser pobre , mas aí pensei: isso não tem importância alguma, o cara é bonito, gente fina, nos damos bem, vamos enriquecer juntos! Mas na verdade ele era um acomodado! E não se transformou para melhor, mesmo separados ele continua acomodado sendo sustentado pela mamãe.
Enquanto eu evoluía, ele decaía, trancou a faculdade logo q nos casamos, depois começou outro curso, que era o seu sonho, mas tb desistiu pq percebeu q era “bom demais” p ser um simples professor. E acabou fazendo um curso técnico sob muita pressão minha p ter pelo menos uma profissão definida, já que para continuar sendo um comerciário, ele tb se achava “bom demais”.

Acho uma furada essa de investir no "defeituoso" assim cegamente, e é o q a mulherada adora fazer – por trás de um grande homem há uma grande mulher OU ...vou transformar o seu rascunho em arte final... a la Kid Abelha - e não to querendo dizer q pretendo agora dar o golpe do baú, mas acho sim q a pessoa tem q “ornar” com vc, ela tem q ser no mínimo do teu nível, de estudo e profissional. Até o manual mórmom sobre namoro se refere a isso: não se deprecie, não rebaixe seu nível. E minhas amigas tb percebiam o quanto ele se sentia deslocado em conversas em encontros de casais, q ele achava um saco, pq segundo ele todos “se achavam” superiores a ele. Então ficávamos isolados, e eu me distanciava cada vez mais das amizades, da família, e até das festas com colegas do trabalho. 
Não adianta ficar beijando um sapo pq ele não vai se transformar em Príncipe! E se quiser continuar investindo na brincadeira, existe um site q disponibiliza um teste para saber se ele é Sapo, Príncipe ou Cinderela. O meu deu Cinderela, se bem q eu acho q ele é mais uma cruza de Cinderela c Sapo. 
http://delas.ig.com.br/amoresexo/teste+ele+e+um+principe+sapo+ou+cinderela/n1237859237844.html


Discordo que as pessoas vêm descartando potenciais parceiros por detalhes insignificantes, eu penso é q é sim complexo encontrar uma pessoa. Eu não estou no grupo q quer um “provedor” nem dos q se importam 1000 c aparência, mas acho q aceitar um defeitinho aqui, outro ali, não é o mesmo q aceitar um defeito monstro! Mas veja... eu não sou psicóloga, sou engenheira.

Então o mercado está, esteve e sempre estará difícil sim! E vai depender da manutenção do teu grau de exigência e quem sabe até de uma certa dose de sorte, ou de ingenuidade alterar para maior ou para menor a quantidade/qualidade de oportunidades de relacionamento.
Mais sobre o conto A BELA E A FERA e a violência (o maior e mais inaceitável defeito):

Após ler a história fiquei chocada. A Bela, sofre de síndrome de Estocolmo. Para quem não sabe o que é essa síndrome, é basicamente uma aproximação e empatia pelo sequestrador. A síndrome é sofrida por pessoas que são sequestradas. E é exatamente disso que o conto fala. De um homem que não tem um bom coração (pois é enfeitiçado como fera por não ter compaixão) que sequestra o pai da Bela. Na tentativa de salvar o pai, Bela se disponibiliza a ficar no lugar dele, já que este é um senhor de idade. Bela sofre os abusos impostos em seu cárcere. Precisa agir, vestir-se de acordo com as vontades da Fera. Até que um dia os moradores do vilarejo vão tentar resgatá-la e ela faz o quê? Protege a FERA. Protege o agressor, o sequestrador! Gente, isso é Síndrome de Estocolmo!
Já imaginou se a Bela se apaixonasse por outra pessoa e pedisse o divórcio? O que o seu “príncipe” iria fazer? Vemos histórias como essa na vida real todos os dias. 
O caso Eloá e o site o machismo mata exibem o que esse machismo e a violência faz com as mulheres. E como eu, uma feminista vou ler para minha filha essa história, esse mito de forma que ela entenda que esse comportamento não é legal? A Fera é um sequestrador e deveria ser punido por isso. Simples assim. Eu fechei o livro em estado de choque. Conhecia a história, mas fui aprender sobre essa síndrome recentemente, depois que tive mais contato com o movimento feminista. Então, quando reli, meu olhar estava mudado e eu realmente me senti muito desconfortável nessa situação. De todas as princesas da Disney a Bela é que tem a pior história de horror. Não é ver “a beleza através da feiúra” que o conto mostra. É se apaixonar pelo seu agressor. É incitar a aceitação da agressividade masculina, enxergando assim a “beleza interna” do agressor. É ser submissa ao mundo aceitando-o do jeito que é. É incentivar o comportamento passivo causado por um cárcere, sem indignação, sem reflexões e ainda por cima incentivando o imaginário feminino através de uma figura violenta como a Fera.
Disse para minha filha que se uma pessoa que ela não conhece a tratasse mal e a colocasse de castigo que ela não iria gostar da pessoa, mesmo que esse fosse um Príncipe Encantado. E desmistifiquei a história ali mesmo. Ao final, perguntei se ela gostou da história. Ela me disse que não. Depois ela foi brincar de massinha, para meu alívio.
A mídia, a literatura, os filmes nos ajudam a perpetuar os estereótipos e clichês aos nossos filhos. Cabe a nós termos um olho clínico e crítico quanto a esses mitos questionando-os e entendendo seu real sentido. Só assim poderemos ajudar nossos filhos a adquirir uma consciência sobre o mundo que nos cerca, para que esses esteriótipos, violência e o preconceito não seja repetido e disseminado.

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